Autor: Rafael Mantovani
Apoiado em vasta bibliografia, além de atas e registros da câmara e textos da imprensa, o autor estuda o papel do higienismo sobre a saúde pública em São Paulo, no início do século 19. Analisa as implicações políticas à época, a influência do pensamento positivista e o crescimento da cidade em decorrência do café e da imigração, além de abordar os surtos de doenças como febre amarela e tuberculose. Um momento “em que a limpeza deixou de ser unicamente um elemento que denotava nobreza para assumir uma característica utilitária de preservação da saúde”. Mantovani expõe as ideias de autores ingleses, alemães, franceses e portugueses que influenciavam não apenas as concepções locais sobre saúde, mas também medidas político-administrativas adotadas pelos governos. Ele reflete sobre as relações entre autoridades públicas e os grupos populacionais – miseráveis, prostitutas, escravos – apontados como “culpados” pelo ambiente insalubre da cidade e pelas doenças que acometiam os paulistanos. Uma câmara municipal militarizada era responsável pela saúde pública, coagindo e castigando aqueles que ameaçavam o bem-estar do restante da população. “Curar era (e é) intervenção social, política e econômica”, diz o autor.
ISBN: 978-85-7541-494-1. 2017. | 280 páginas
Sumário:
Prefácio
Apresentação
Introdução
1. Medicina, Saúde Pública e Administração Política da População
2. Formas de Fazer São Paulo “Funcionar” no Início do Século XIX
3. Novos Atores, Novas Ideias, Velhas Práticas
Considerações Finais
Posfácio
Notas
Fontes e Referências
Sobre o autor:
Rafael Mantovani é doutor em sociologia pela USP e mestre em ciências sociais pela PUC-SP, com concentração na área de antropologia, tendo sido convidado como pesquisador do Instituto Gino Germani, programa de pós-graduação da Universidade de Buenos Aires. Desenvolveu pesquisas sobre elites do século 19, formação de Estados-nação (Brasil e Argentina), literatura e pintura. Estudou como visiting scholar no Departamento de História da Ciência de Harvard e, atualmente, pesquisa sobre história da medicina e da saúde pública como pós-doutorando da Faculdade de Saúde Pública da USP.